Os Orixás são divindades intermediárias da tradição Iorubana, com exceção de “OLORUN”, o “DEUS” supremo. Na África antiga, existiam aproximadamente setecentos (700) Orixás. No Brasil, chegaram cerca de cinquenta (50), dos quais apenas vinte e seis (26) são cultuados atualmente. Para este estudo, focaremos em doze (12) Orixás, alguns dos quais possuem diversos nomes e ramificações.
Os Orixás são intermediários entre “OXALÁ“, filho e representante na Terra de “OLORUN“, e os homens. Muitos dos Orixás foram antigos reis, rainhas ou heróis divinizados, representando as forças elementares da natureza, como raios, trovões, ventos, água e fenômenos naturais como o arco-íris. Eles também simbolizam atividades primordiais do homem primitivo, como caça, agricultura e mineração, especialmente do ferro (aço), que foi fundamental tanto para atividades de sobrevivência quanto para a guerra.
Neste contexto, encontramos Orixás que representam grandes catástrofes, como doenças epidêmicas (varíola, por exemplo) e outras pestes já existentes, além de futuras. Cada Orixá possui uma função específica dentro do panteão, muitas vezes relacionadas à natureza e às necessidades humanas básicas.
Orixás de Criação e Procriação
- OXALÁ: Representa a criação e é o filho e representante de OLORUN na Terra.
- NANÃ e IEMANJÁ: São Orixás da procriação e representantes das águas doces e salgadas, respectivamente.
Orixás dos Fenômenos Naturais e Atividades Humanas
- XANGÔ: Rei de Oyó, representa os raios e trovões, bem como a justiça. | Veja uma Breve lenda de Xangô aqui
- OYÁ (IANSÃ): Governa os ventos e tempestades, além de representar a passagem jovem.
- OXUM: Representa as águas doces e a fertilidade.
- OGUM: O Orixá da caça, da guerra, e do ferro (aço), essencial para a agricultura e as batalhas.
- OXÓSSI (ODÉ): Orixá caçador, protetor das florestas e da caça.
- XAPANÃ (OMOLÚ): Rei das doenças, especialmente as epidêmicas e de pele.
- OSSÃIM (OSSAIN): Divindade das plantas e ervas medicinais.
- IROKÔ: Representa a primavera e a renovação.
- BLEJIE: Um Orixá menos conhecido, com funções variadas.
- BARÁ (EXU): Guardião dos caminhos, associado às encruzilhadas e ao fogo.
- OBÁ: Representa a força das águas revoltas e é uma guerreira.
- IBEJI: Orixás gêmeos que simbolizam a alegria, a infância e a dualidade.
- ORUNMILA: Senhor da adivinhação, conhecido por sua sabedoria e orientação.
Funções Diversas no Brasil
No Brasil, os Orixás adaptaram-se a funções diversas, muitas vezes diferentes das suas atribuições originais na África. Esta flexibilidade permitiu que eles se tornassem parte integral da religiosidade afro-brasileira, desempenhando papéis fundamentais em rituais e práticas espirituais.
Os Orixás são venerados por suas habilidades em lidar com forças da natureza e por suas contribuições à sobrevivência e bem-estar dos seres humanos. Eles são invocados em rituais para pedir proteção, saúde, prosperidade e orientação espiritual.
Os Orixás são um elo vital entre o divino e o humano, conectando a Terra ao céu e ajudando a humanidade a navegar pelos desafios da vida. Sua veneração continua a ser uma parte essencial da cultura e espiritualidade afro-brasileira, refletindo a profunda conexão entre as pessoas e as forças naturais que os Orixás representam.
Este artigo apresenta apenas uma visão geral dos Orixás e suas funções. Para uma compreensão mais profunda, recomenda-se o estudo detalhado de cada divindade e suas respectivas lendas e atributos.